tramam três tricoteiras – no trabalho se entretecem
teias ternas -não são tênues- vibram vivas como veias:
quem vê o sangue a correr no fio?!- sangue vivo: invisível
dançam a três balé das agulhas: trançam fios, fiam abraços
o eco mora em Minas
alma
alma
alma
alma
e faz eco em mim
asa
asa
asa
asa
o pouso em minha casa:
Minas em mim
(homenagem à Minas de minhas raízes e a meus amigos mineiros, novos e antigos)
(OU: o sumo das horas)
apressado, não corra:
desfrute o sumo
de cada segundo.
medo de viver
inutilmente
como a maioria
sem ter realizado
nem por vaidade pessoal
as grandes obras sonhadas
pra reforma social
nem as pequenas formas de arte
sem ter reconhecido a alegria
sem ter amado
(meu filho musicou este poema meu: traduziu em música a letra: chorei, claro! – assim que ele jogar na rede e autorizar, divulgo.)
Eu te cumprimento
com todas as mãos que tenho
– e com todas elas me despeço
E quando te re-encontrar com todos
os olhos te reconhecerei
e em todos eles refletido o oceano
transbordará
Poesia concreta
não há outra que não esta:
preenche
os interstícios intra e inter
átomos:
mantém-nos coesos.
– E (n)os dispersa.
por um fio
com a força toda:
é preciso toda a intensidade da leveza
para não cair da corda bamba