literatura, filosofia, vida, morte, arte - e outras bobagens da pauta de poeta
direitos autorais de prosa, poesia e imagens: Priscila Prado, exceto quando expressa referência.

RECOMEÇAR

Você pode me inscrever na história /
Com as mentiras amargas que contar /
Você pode me arrastar no pó, /
Ainda assim, como pó, vou me levantar. //

Minha elegância o perturba? /
Por que você afunda no pesar? /
Porque eu caminho como se eu tivesse /
Petróleo jorrando na sala de estar. //

Assim como a lua ou o sol /
Com a certeza das ondas no mar /
Como se ergue a esperança /
Ainda assim, vou me levantar. //

Você queria me ver abatida? /
Cabeça baixa, olhar caído, /
Ombros curvados como lágrimas,/
Com a alma a gritar enfraquecida? //

Minha altivez o ofende? /
Não leve isso tão a mal /
Só porque eu rio como se tivesse /
Minas de ouro no quintal. //

Você pode me fuzilar com palavras /
E me retalhar com seu olhar /
Pode me matar com seu ódio /
Ainda assim, como ar, vou me levantar.

(MAYA ANGELOU, do poema “Ainda Assim, Eu me Levanto”; trad. Francesca Angiolillo)

(MAYA ANGELOU  faleceu em 28.05.2014: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/168225-poeta-e-ativista-negra-morre-a-americana-maya-angelou-aos-86.shtml )

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

;